Entre os questionamentos iniciais sobre usar a bike como meio de transporte, aparece muito aquele: ah, mas tem subida!
Vendo os exemplos de Bogotá e São Francisco, cidades com muitos ciclistas e com relevo nada monótono, parece que isso não seria um fator pra não pedalar… Seja como for, algumas pedalinas respondem o.
qual sua estratégia psico-astro-física
para lidar com as subidas no teu trajeto?
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“Dou a volta no morro”

“Essa é a rua de casa. Sinceramente, não pensava em pedalar por aqui (Vila Medeiros/ZN). Mas a vontade de andar de bike era tanta que me mudei para Pinheiros e descobri que o relevo de São Paulo é democrático.
Eu precisava pegar a Heitor Penteado para ir ao trabalho e aí encontrei a primeira dificuldade na subida (além da própria): semáforo. Eu entrava em pânico ao ter que parar, quase desequilibrando, e ter que pegar impulso enquanto o trânsito estava furioso atrás de mim. Mas, é tudo questão de jeito: ciclista conhece melhor o tempo dos semáforos que a própria CET. Com isso consegui me adaptar melhor, e sempre pedalar no meio da faixa para diminuir a chance de encontrar um entulho ou buraco no caminho.
Aí passei um mês em Londres, pedalando todo dia toda hora, e invejei como tudo é plano. Quando voltei, eu não conseguia subir a Angélica. Mas foi só na primeira semana. A resistência que as subidas proporcionam é inacreditável.
Ainda não expliquei como eu enfrento essa subida aí da foto. Pois bem, eu não passo por ela. Dou a volta no morro, transformando 1 km de ladeira em 3 km muito mais tranquilos”.
……. – Renata Cardamoni
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“Se for preciso eu empurro mesmo”

“Bom, eu moro no alto, então para chegar em casa é subida. Na verdade, na Pompéia, é subida, descida, subida, descida, subida… Não interessa para onde eu vou, se é perto ou longe, na saída de casa já tenho uma.
Como eu não tenho um super preparo físico eu sempre tive medo delas, acho que ainda tenho, E o medo muitas vezes me faz fazer besteira: tento vencê-la rapidamente colocando toda a força e na metade do caminho estou sem fôlego e sem perna.
Tenho tentado enfrentar melhor isso: se for preciso eu empurro mesmo, saio da bicicleta, vou pra calçada e empurro. Já conversei com muito porteiro de prédio por conta disso, falando da própria subida em si ou da bicicleta no dia a dia.
Acho que preciso de umas aulas sobre trocar as marchas de forma correta.
Realização foi o dia em que subi a Pompéia de volta pra casa sem descer pra empurrar”.
……. – Simone Miletic
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“Subindo a montanha, sem fazer manha”

“Aprendi a gostar de subidas e faço questão de encarar as que aparecem no caminho (é uma coisa de superação mesmo, mostrar pra mim mesma que posso, que consigo).
Vou trocando de marchas antes de encarar o paredão e jogo na catraca mais leve (mega range ajuda, obrigada), controlo a respiração, abaixo a cabeça e vou pedalando lentamente, perna por perna, sem pressa, giro por giro, sem ligar para quem sobe num ritmo mais forte e me ultrapassa, fixo o olhar no pneu dianteiro e vou devagar e sempre, no meu ritmo… Quando vejo, já venci a subida e o cansaço se torna algo delicioso pra mim.
Uma coisa que me motiva mto a encarar e gostar de subidas: Depois da subida, sempre tem uma delícia de descida, é a recompensa pelo meu esforço naquele momento!
É como se fosse uma maneira de mostrar pros problemas e obstáculos (no caso, a subida) que eu posso encará-los e seguir feliz (chegar no topo e ter uma bela descida me esperando).
Foto escalando os quase 10 km de pirambeira do Pico do Jaraguá”.
……. – Mary Balmiza
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