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De Bike na Paulista

6 out

Choveu na sexta. Choveu no sábado de manhã. O convite dizia que mesmo com chuva o encontro de Outubro das Pedalinas aconteceria, às 14h:30.
Apesar de não ter bicicleta (quer dizer, eu tenho uma, só que o pneu está furado) não dava para eu levá-la no trem. Mas isso é o que eu pensava até então.

 

Pedalinas na Paulista

 

Depois de 1h e pouquinho de viagem cheguei à Praça do Ciclista, que fica na travessa da Paulista com a Consolação. Cheguei cedo até.
De longe vi uns carros de uma emissora de TV, câmeras e maquiadores. Pensei que era algo com as Pedalinas, mas não era. Todo esse “âue” era para uma gravação de uma novela.
Cheguei e a primeira que encontrei foi a Sílvia.
Conversamos um pouco, perguntei se vinham mais meninas e ela disse que sim. Contou um pouco de sua relação com a bike e há quanto tempo estava pedalando.
Logo foi chegando mais e mais gente. Cada uma com seu estilo e suas bikes personalizadas. Cestinha, flores, capacete rosa, adesivos como “1 carro a menos” e assim por diante.
Aquela reunião foi me deixando com mais vontade de participar. Mas o problema era a falta de uma bike. Até que a Aline resolveu meu problema.
Sacou o cartão de crédito e alugou uma magrela pra mim. Confesso que fiquei com medo.
Mogi é uma cidade tranqüila. Em São Paulo eu só ando de ônibus ou metrô. Nunca me passou pela cabeça andar de bike em plena Av. Paulista um dia. Mas a vida é assim mesmo.
Coloquei o capacete, a mochila nas costas comprei uma garrafinha de água e segui o comboio que saiu lá pelas 15h  da praça.


A primeira pedalada dá uma sensação de liberdade. Pode parecer piegas isso, mas é verdade. O vento batendo no rosto, as pernas em sintonia com a bicicleta, me senti feliz naquele momento. Tão simples, mas tão simbólico.
As pessoas nas calçadas, nos pontos de ônibus ou até mesmo de dentro dos carros estranham. É curioso perceber a expressão deles. Alguns olham com cara feia, outros dão um leve sorriso de aprovação.
Os taxistas _não todos_ são um pouco grosseiros. Não só eles, mas os que estão dirigindo qualquer veículo que tenha quatro rodas ou mais. Parece que a rua foi feita só para carros. A grande maioria, enxerga os ciclistas com um estorvo no trânsito. Senti na pele.
Uma coisa interessante…
Pude reparar com mais calma as paisagens ao meu redor. Tudo bem, que no começo a insegurança de ser atropelada a qualquer momento me deixou um pouco apreensiva,  ainda assim, me deparei com situações que no cotidiano passam despercebidas.
Achei o percurso super simples. Eu que não faço exercício físico agüentei numa boa. Ok, ok. A subida da Al. Campinas me fez saltar da bike e sair empurrando. Mas não fui só eu… Outras pedalinas me acompanharam. E quando chegamos ao ”topo” lá estavam todas esperando a gente.
Nunca tinha ido até o Pq. Ibirapuera. Achei demais andar de bike lá dentro.
Quando mandei um e-mail solicitando uma reportagem às pedalinas, escrevi que gostaria de entender o espírito do grupo. E me surpreendi. Há uma camaradagem presente. Apesar de muitas irem ao pedal pela 1º vez, parece que se conhecem há tempos. Existe uma sintonia muito boa.

 

Mãos na Graxa!

 

Foi fácil comprovar isso quando o pneu da Celina furou. Uma emprestou as ferramentas, a outra se propôs a ajudar e num minuto a bike estava pronta novamente. Pedalinas com a mão na graxa, literalmente.
No Parque, instalamos as magrelas próxima a uma lanchonete, juntamos umas mesas e começamos a conversar. Ouvi atentamente. Cada uma possui uma história bacana pra contar. Isso acaba motivando de certa maneira.
Não existe aquele discurso moralista. Ande como achar melhor. Não há regras nem fórmulas. O começo pode ser complicado, mas tudo se ajeita.
Já de noite e, sem previsão de chuva, voltamos à praça.  O retorno foi tranqüilo, tirando o morro (rs).
Entregamos a bike e eu parti pra Mogi. Antes peguei o metrô com uma pedalina e o amigo dela. Os dois de bike. Gostei da cena! Aí sim, hein!

 

Próxima estação...

 

* O passeio me instigou a trocar o pneu da minha bike. Quem sabe!