O caos e a bicicleta

25 mar

Essa é a Célia mostrando um pouco da sua rotina diária de congestionamento pedal e prazer. Percebam como o caos motorizado faz da bike um veículo absurdamente eficiente: “É muito bom ver os carros parados! Eu passo todos eles”!

O vídeo foi veiculado durante o seminário sobre mobilidade urbana em Piracicaba no mês passado. Eu também participei em nome da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo – Ciclocidade – mas não pude perder a oportunidade para falar inclusive das Pedalinas! Várias mulheres vieram conversar sobre o coletivo, se interessaram e prometeram aparecer por aqui para pedalar com a gente!

AAAAH!! NÃO ESQUEÇAM QUE DOMINGO, DIA 27/03, TEM BAZAR DE TROCAS DAS PEDALINAS!!! SAIBA MAIS AQUI

22 Respostas to “O caos e a bicicleta”

  1. Naldinho 25/03/2011 às 11:02 AM #

    Parabéns, Célia!
    E obrigado Pedaline por postar o vídeo aqui.

    Uma coisa que notei no vídeo (e quando pedalo tb) é que uma faixa é usada como estacionamento.

  2. William 25/03/2011 às 11:10 AM #

    Quero ver morar na zona leste e trabalhar na zona sul/oeste, ou morar na zona norte e trabalhar na zona sul/oeste. Então eu penso o q é melhor: mais bicicletas e menos carros, ou uma geografia mais justa do trabalho? Culturalmente, politicamente e socialmente São Paulo é uma cidade construída injustamente e excludente. É fácil alguém que mora na vila madalena falar em ir ao trabalhar de bike na paulista, ou falar de mobilidade morando próximo do trabalho. Díficil é saber que 68% dos trabalhadores da cidade mora em área pobres, distantes de seus empregos e sem infraestrutura para a bicicleta.

    • Pedaline 25/03/2011 às 11:24 AM #

      William, vc tem toda razão! Esse é um ponto super importante, mas ele nao exclui nem diminui as pessoas que conseguem usar a bicicleta.

      A dinâmica de moradia e emprego é cruel em grandes centros, pois muita gente mora super longe (ate em cidades vizinhas) e vem trabalhar mais pelo centro. É uma falha de sistema mesmo. Não há incentivos (financeiros, fiscais, empregatícios) para que as pessoas permaneçam e desenvolvam os locais onde vivem.

      Eu conheço gente que faz caminhos bizarros assim DE BIKE, tipo, morar em Mogi e trabalhar na Paulista. Morar em Taboão e trabalhar em Alphaville, etc. Mas claro que é uma realidade bem longe da adequada!

      O fato é que muitas vezes uma familia paga caro pra ter um carro (e poder se deslocar tanto assim) e não pensa que essa grana poderia servir pra pagar um aluguel mais próximo de onde vc trabalha e, dessa forma, reduzir o custo e o stress de deslocamento. Enfim, questões que NAO PODEM desmerecer quem mora e trabalha nas regiões centrais de SP!

      Valeu

    • Jeanne 25/03/2011 às 11:25 AM #

      Certo, William. Mas por que as duas coisas precisam ser excludentes? Com uma nova geografia do trabalho, ainda mais pessoas poderiam ir de bicicleta, o que diminuiria o trânsito, a poluição, economizaria dinheiro e aumentaria a alegria e a saúde das pessoas. Além do mais, a bicicleta não precisa ser usada como veículo único: podendo ser integrada a outros meios de transporte, como trens e metrôs, é possível aumentar a capacidade de mobilidade de todos.

      • Willian Cruz 25/03/2011 às 12:58 PM #

        A Jeanne tocou num ponto importante. Se o trajeto é longo demais para ser pedalado por inteiro, a bicicleta pode ser usada apenas em parte dele. Tem muita gente que usa a bicicleta para chegar na estação de trem, por exemplo. Muita gente mesmo. É só ver o tamanho e a utilização do bicicletário de Mauá.

        Bicicletas dobráveis também podem ser usadas com outros modais. Veja o caso da Camila, uma das Pedalinas, que pedala até a estação de trem, transporta sua bicicleta dobrada e quando desembarca pedala mais um pouco para chegar na empresa.

        Concordo com o meu xará que nem todo mundo vai conseguir (ou querer) pedalar 20km para chegar no trabalho. Mas quem quiser fazer isso deve ter seu direito respeitado. Não só pelas pessoas em seus carros, mas também pela cidade, que deve ser inclusiva com quem usa a bicicleta, não excludente como é hoje.

  3. William 25/03/2011 às 11:35 AM #

    Não fiz uma crítica as pessoas, apenas apontei um outro problema que vejo fora das discussões. É apenas uma nova sugestão de pauta na mobilidade urbana. Parabenizo todas as pessoas que mesmo morando perto do trabalho ou relativamente perto e tem a sensibilidade de utilizar outros meios. Desculpem-me lendo minha mensagem creio que soou como um desdém, mas de forma alguma foi a intenção. Só gostaria de ver essa temática abordada, por exemplo uma pessoa que mora na zona leste ou zona norte pode ter dificuldade pra comparecer a bicicletada, que tal propor uma bicicletada itinerante, uma vez por mês em cada avenida principal de diferentes zonas e bairros.

  4. Phil 25/03/2011 às 11:42 AM #

    Aline eu trabalhava em Alphaville e moro no taboão agora Trabalho Na Paulista

    Eu faço 14 Km por dia no inicio pedalava 25Km

    Conheço um trabalhador que vem do embu pro centro da cidade com uma barraforte

    Quem Não usa bike, é prq não quer…

    Cansei de passar a mão na cabeça de gente que só pensa no umbigo!

    • William 25/03/2011 às 11:51 AM #

      O Phill aí é generalizar demais, tem gente que tem medo, que não tem preparo nem todo mundo é ‘fodão hardcore da bike’. Não é a distância o problema central, ou quantos mil kms vc pedala, é apenas uma divisão mais justa da cidade e seus dispositivos culturais, sociais, politicos e trabalhistas.

      E Ps* – Vc não precisa passar a mão na cabeça de ninguém, pq vc não é o pai do ciclismo e ninguém precisa da sua aprovação.

      • Phil 25/03/2011 às 12:50 PM #

        sorry momentos de furia!!!

        huahahah irrelevem meu comentario por favor

      • Phil 25/03/2011 às 1:02 PM #

        O que eu quis dizer com passar a mão na cabeça é que: “- tadinho ele num tem outro jeito tem que pegar o carro”

        Dei o exemplo do trabalhador do EMBU justamente por causa disso! Todo mundo(ok, não é todo mundo mas a grande maioria) tem a opção de não utilizar o carro. Usa quem quer

        E o carro só torna as distancias mais longas… tudo vai se afastando cada vez mais justamente prq “o carro vai mais longe”, não que isso seja verdade.

        Não me considero pai do ciclismo nem verdade única. Sitei a kilometragem não para “me achar”, tanto que tem gente que pedala muita mais que eu!!!! Só dei o exemplo prq eu comecei sem preparo, sem conhecimento de leis, sem nada…

        E como falei mas repito!!!! NÃO SOU DONO DA VERDADE, NEM QUERO SER, NEM QUERO ME SENTIR, NEM SOU O CARA PERFOMANCE! sou apenas uma pessoa comum e desculpe se pareceu diferente

  5. Leonardo 25/03/2011 às 12:23 PM #

    Acho que ninguém quer que o carro nunca seja mais usado. Porque ele é útil, sabendo usar. Mas a realidade é que ele é usado demasiadamente e na maioria das vezes sem necessidade. E o governo de SP, por ex. estimula muito o seu uso e com isso acaba prejudicando o transporte público pois não há mais espaço nas vias para os ônibus trafegarem e com isso os metrôs ficam entupidos pois é mais rápido que os ônibus. E o Ka$$ab aumentando a tarifa que vai querer gastar tanto assim?! Quem pode, compra um veículo, quem não pode se fode no transporte público. Eu posso, pedalo 15km diários, mas andei muito tempo de Trans. público até eu tomar coragem pra enfrentar o trânsito.
    Mas existe pessoas que não podem ou não tem coragem pra fazer isso todo dia. Por isso que queremos que os governantes mudem seu foco desestimulando seu uso excessivo de carros e com isso liberar espaço para todos nós ganharmos em tempo e qualidade de vida.

  6. Pedaline 25/03/2011 às 1:07 PM #

    Eu entendi, phil.. inclusive o exemplo que citei do taboão – alphaville era referente a vc!
    =)

  7. pedalante 25/03/2011 às 1:14 PM #

    Will, Phil

    Pedalar é um direito. Se vc habita a z. norte ou a z. leste pode ou não pedalar até a Av. Paulista ou ao centrão. Ou optar pelo intermodal. A escolha é sua. Um vídeo http://www.youtube.com/watch?v=CIQDX0UsEWc que possibilita a continuidade desse diálogo.

  8. Phil 25/03/2011 às 1:29 PM #

    BOA! PEDALANTE!

    o Importante é todos se respeitarem!

    MAs ainda acho que carro é snônimo de falta de respeito(de um jeito ou de outro)

  9. Pedaline 25/03/2011 às 1:29 PM #

    BOA!

    • William 25/03/2011 às 2:08 PM #

      É isso aê galera. Eu só acho que a discussão tem que ir além da bike, e sei que os blogs referentes ao ciclismo são um bom lugar pra discutir e colocar em pauta o colóquio sobre redistribuição mais justa da cidade. Claro que a bike é um ótimo meio, eu a utilizo em pelo menos três instâncias na minha vida: lazer, transporte e esporte. Mas acho justo que a cidade seja construída e distribuida de forma igual para q as pessoas tenham que se deslocar menos exemplo: hospitais, empregos etc. Não acho justo uma pessoa morar na periferia e se deslocar tanto para trabalhar, estudar e sinceramente não acho que a bicicleta seja a solução pra essa disparidade. Não quis questionar o uso e sim estimular uma reflexão que tive ao assistir o video.

      abraço, e valeu por estimular discussões e não a trollagem!

  10. Phil 25/03/2011 às 2:17 PM #

    Exato William!

    O que eu penso (como falei antes) é que com o uso do carro a distancia vai aumentando mais e mais justamente prq “o carro encurta” (o que é uma mentira fdp) complicando a vida dos 80% restante da população que não usa o carro!

    PS: Tollagem foi ótimo! 🙂

  11. pedalante 25/03/2011 às 2:33 PM #

    Will, Phill e demais.

    Não sou exemplo. Moro em SP, trabalho em Campinas. Opto sim, por vir pedalando(= 90 km). Will, sei o que é morar na periferia ou “da ponte pra cá, a vida é diferente”( confira minha rotas no bikemap.net). Eu, como todos, “não nasci de carro”; O ideal em qq cidade, é a utilização do transporte público( ônibus, trem, metrô, vlt etc). Só um detalhe: no Brasil, somos 190 milhões de brasileiros, 45 milhões estão morotizados e 75 milhões pedalam ( dados do min. das cidades).

  12. Camila Oliveira 25/03/2011 às 11:40 PM #

    Célia! Que bacana!!!

    Sempre encontro a Célia perto do trabalho… dia destes fizemos um trecho do caminho juntas, uma sexta-feira chuvosa, o caos dos motorizados e nós duas pedalando e batendo papo…

    A gente não propõe que a bicicleta seja A solução da mobilidade na cidade, mas sabemos por experiência e observação dos bons exemplos mundo afora que a bicicleta faz parte sim da solução.

    Como o Willian citou, eu faço geralmente o intermodal trem + bike. Moro a 20 kms de casa e tenho uma facilidade incrível pra me deslocar pro trabalho! Saio 1 hora antes de casa e ainda tenho tempo de parar pra tomar um café no caminho… Conheço tanta gente que mora a 5, 10km do trabalho e perde horas parada no congestionamento dentro de um carro, sozinha, irritada.. pessoas que não enxergam outra alternativa, não experimentam. Vídeos como o da Célia (e tantos outros) são inspiradores e ajudam muita a gente a refletir sobre o assunto, muitas vezes são decisivos.

    Atualmente faço meu trajeto de 2 a 3 vezes por semana só pedalando, os 20 km da zona oeste à zona sul, SÓ POR DIVERSÃO! Só pra variar, pra mudar a rotina, pra observar a cidade, pra chegar mais animada e ainda economizo R$ 5,80!

    Quando vou de trem, atravesso a passarela por cima da marginal Pinheiros, parada, sempre, e penso: caramba, será que todas essas pessoas não tem outra alternativa? O trem não serve pra elas? Levo 30 minutos exatos até meu destino dentro de um trem confortável, c/ ar condicionado e pontual (tempo pra ler um pouco) + 20 minutos de pedalada da estação até minha casa, é tão óbvio e ao mesmo tempo parece que ninguém enxerga que isso é possível.. Às vezes me sinto a guardiã de um segredo incrível, que tento contar a todos mas ninguém dá atenção..

    Enfim..

    A gente quer mostrar que é possível, que não é difícil como pode parecer às vezes e é muito agradável. É voltar a ser dono da sua vida, do seu tempo. Se deslocar no seu ritmo, parar quando quiser, respirar, retomar, viver é isso… é seguir no meu ritmo…

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