Meu Primeiro Veículo e a Maioridade

25 jul

Eu me pergunto se algum(a) jovem não ansiou pela maioridade.

A liberdade, a autonomia, você donx das próprias pernas, das próprias escolhas…independência.

E o anseio para conduzir o primeiro veículo? Sair à hora que quiser, não depender de carona, ônibus, metrô, mãe, pai…

Não sou uma jovem tão diferente das demais. Também sonhava com a independência e a autonomia de um veículo. Meus pais só tiveram carros quando eu era muito pequena, então desde minhas memórias mais precisas, lembro de ser dependente do caótico – e caro – transporte público de São Paulo.

Segui assim, de condução em condução até os dezoito anos.

Um dia, fui conduzida até a Verdurada, um evento que reúne música e vegetarianismo. Quem diria que assuntos já tão familiares para mim guardavam como surpresa um encontro que mudaria a minha vida?

Encantei-me de brilhar os olhos ao ver um grupo de mulheres que  apresentavam uma perspectiva incrível: eu poderia ter minha independência. Não, eu não precisava pagar uma carta, nem um carro que custa infinitas vezes o meu salário. Ficar presa por horas congestionando, poluindo e brigando no trânsito? Também não. Eu poderia ser livre. Eu poderia pedalar por São Paulo.

Ok, você deve estar se perguntando: o que tem de tão novo nisso?
Acontece, amigxs, que ninguém nunca tinha dito que eu podia.

Poderia ter chegado nessa conclusão sozinha? Dificilmente.

É que eu não mencionei um pequeno detalhe…eu não sabia pedalar.

 Enquanto me maravilhava, a palestra chegava ao fim, e quando me dei conta, elas abriram o debate para quem tivesse qualquer dúvida.
Levanto, tímida e me dirijo a elas.
– Então…eu queria saber se…dá pra aprender a andar de bike depois de adulta? É que eu não sei e… (pronto, agora espero pelas risadas coletivas e um sonoro “Como assim não sabe?!”).

– Ah, com certeza! A gente quer fazer uma oficina disso. É engraçado como muita gente não sabe né? Nem parece que tem tanto.

Foi assim. Sem risadas coletivas, só um sorriso no rosto. Ainda esbarrei com essas gurias algumas vezes em alguns lugares do centro da cidade até que o aviso veio: elas iam mesmo fazer a tal oficina.

Fizeram. Com a ajuda da Jeanne e de todas as outras meninas presentes, eu me senti confiante pra fazer algo que gostaria de ter aprendido na infância. Eu pedalei.

Registro da primeira pedalada da vida, em maio, ainda incrédula do feito alcançado.

Meio torta, confesso. Estava com mais duas amigas, que também aprenderam a pedalar naquele dia. Divertimos-nos e falamos daquilo por semanas. Como foi incrível superar um medo tão grande, e sentir pela primeira vez o vento bater no rosto naquela velocidade, sem carapuças de ferro, sem janelas, tudo com a força das nossas pernas!

O que poderia ser só um aprendizado se tornou quase uma compulsão. Todo final de semana eu insistia pra pedalar. Ia aos encontros das Pedalinas, ou alugava uma bike no metrô. No começo, um medo paralisante me tomava mesmo que estivesse nas calçadas. Jogava o auto-controle para a guia e quase me ia junto. A cada pedestre que se aproximava eu parava, respirava e sofria de medo: não queria machucar ninguém.
Meu companheiro começou a me propor desafios: faz aquela curva ali, pedala lá, desce essa guia aqui. E eu ia, progressivamente, mas ia.

No mesmo mês em que aprendi a “dirigir”, completava dezenove anos. Já estava mais do que na hora de adquirir uma “máquina”, não?
Desejo cumprido. Na manhã que antecedeu em um dia e meio o meu aniversário, meu companheiro apareceu na porta com a minha linda.

Dei-me conta de que já percorria as ruas ao lado dos demais veículos. Posicionava e ocupava o espaço que me é de direito, sinalizando minhas ações e orgulhando-me dos progressos.
Todos os medos da infância sumiam a cada quarteirão que pedalava. Ralar os joelhos? Ora, já sei fazer curativos. Se sujar, me limpo, e se suar, me seco.

Meu transporte de ontem. Encostada após percorrer as ruas que levaram até o Parque do Ibirapuera.

Minha independência chegou aos dezoito, é fato. Transporta-me para onde quero, não importa a hora do dia ou da noite. Não gasta combustível, não emite poluentes, é barata de adquirir e de reparar. Estaciono em qualquer lugar, e quando todos param em fila, sigo por algum canto com um vento no rosto que parece estampar, automaticamente, o retrato da felicidade nos meus lábios.
________________________

Dica preciosa: se você também tem vontade de pedalar sua autonomia pela cidade, mas não aprendeu como se equilibrar nas duas rodinhas até hoje, aguardem as próximas notícias! As Pedalinas terão outro evento especial para vocês!

24 Respostas to “Meu Primeiro Veículo e a Maioridade”

  1. Camila Oliveira 25/07/2011 às 6:14 PM #

    Que história linda hein Esther?

    Eu me identifico muito com a sua história porque, embora eu tenha conquistado minha liberdade em duas rodas somente aos 26 anos, sempre sonhei com o momento em que faria 18 anos, tiraria a carta e compraria um carro! E era exatamente pra me livrar dos ônibus que tanto me fizeram sofrer na época da faculdade…

    Infelizmente ninguém me falou sobre a bicicleta.. perdi muito tempo da minha vida em pontos de ônibus ou dentro de um carro, e foi só aí, quando percebi que mobilidade de carro era pura ilusão é que abri os olhos pras bicicletas.

    Então eu fico super feliz com exemplos como o seu, o da Aline, que conheceu a bike porque precisava chegar no horário na faculdade e tantas outras histórias reais de liberdade! Ah como eu queria ter descoberto a bicicleta antes..

    Parabéns por sua conquista e sua coragem de experimentar! E talvez a gente nem se conhecesse de outra forma, seria uma pena, mas fezlimente a bicicleta ainda traz pessoas assim incríveis pro nosso convívio!
    Fico feliz de compartilhar momentos pedalinísticos contigo

  2. wellingtonchristian 25/07/2011 às 6:51 PM #

    Boa noite amigos, Que matéria comovente, linda mesmo… E o comentário da Camila Oliveira também!
    Eu comecei cedo, pedalo desde pequeno, trabalhava como ajudante de mecânico e saía para comprar peças, até que o dono da oficina comprou uma Garelli (aquela com motor), como gostava de pedalar, eu pedia emprestado a bike do filho do dono do bar em frente a oficina, como eu consertava as bike’s dos meus amiguinhos, não tinha dificuldade para andar, mas não tinha uma, então, eu juntei dinheiro, e fui comprando peça por peça, até que aos 11 anos ganhei minha independência!
    É um resumo, pois a história é longa, rs… Um grande abraço e parabéns!!

  3. dododecdospedais 25/07/2011 às 7:40 PM #

    Sinto na obrigação de definir este texto como um hino, (p/ servir de inventivo á tantas meninas q relutam em boicotar os pedais!) e um poema, (por toda a sensibilidade e honestidade inerente á ele!), eu juro q tentei evitar o comentário mas sinto tbm é preciso enfatixzar q a garota ruiva dos pedais além de ser corajosa e desbravadora pelo o seu relato aq é muito bonita tbm, aliás alem de gata está de bike aí já é encanto em dobro!!Parabéns pela a sua independencia, beleza e pela a sua escolha q tbm é a minha, nunca ´pe tarde p/ fazermos algo de bom á nós e ao mundo não???

    • ana rüsche 25/07/2011 às 9:01 PM #

      sou tão-tão fã dessa estória… até pq sou medrosa e, mesmo conseguindo me equilibrar bem & mal na bike desde sempre, tenho outras travas, breques, hesitações, enfim, pensar nisso tudo me dá alento pra pensar menos e tentar voar mais, beijo pra ti.

  4. Pedaline 26/07/2011 às 9:43 AM #

    caralho, esther! que depoimento lindo.. inspirador!!!! nossa!
    sem palavras!!!
    eu lembro de vc la na verdurada.
    se vc soubesse o quanto é importante pra gente ler historias assim…
    obrigada por existir
    beijos

  5. Tiago Barufi 26/07/2011 às 4:28 PM #

    é gente como vocês que devolve a esperança para as pessoas.

  6. Priscila 26/07/2011 às 4:37 PM #

    Nossa, que demais!
    Sua história parece muito com a minha, só que aprendi um pouco mais tarde, com 20 anos! Meu companheiro que me ensinou e me ajudou a escolher minha primeira magrela.
    Adoro essa autonomia e liberdade que a bike nos dá, hoje nem penso mais em tirar carta de motorista, já tenho tudo que preciso.

  7. Flávio Sousa 26/07/2011 às 8:10 PM #

    Cara, que fantástico o seu depoimento. Por dois motivos:

    Porque a experiência é fantástica mesmo — uma espécie de segunda emancipação, como aquela que se dá ao longo dos anos até a maioridade, mas numa rapidez incrível.

    E porque, e principalmente porque, é uma história muito parecida com a minha!

    Eu tenho só 3 anos a mais que você.

    Quanto eu tinha 7, meu pai comprou uma bicicleta com rodinhas laterais pra mim. Vez ou outra eu arriscava pedalar com ela. Mais tarde, ele precisava de dinheiro pra comprar meus livros da 1a Série primária e então vendeu minha pequena bike para o seu colega de trabalho. Dali pra frente, fiquei sem saber equilibrar numa bicicleta, como ainda não sei nadar, assoviar, tocar violão ou estalar os dedos.

    Sinceramente, nunca liguei para o ritual da CNH. Eu fiz os 18 anos e ignorei solenemente a 1a Habilitação, até porque minha família e eu próprio não tínhamos (e não temos) condições de arcar com um carro. Acho que havia substituído esse ritual de maturidade pela minha 1a eleição como eleitor (e olha que acabei me frustrando um pouco rs)

    Anos depois, minha irmã resolveu tirar a carta e me estimulou a fazê-lo também. Não tendo nada a perder, e acreditando que, no fim das contas, saber dirigir me serviria pra alguma coisa, resolvi ir em frente.

    Nesse mesmo momento, um amigo meu propagandeava os benefícios de se andar de bicicleta na cidade. A vontade foi crescendo, especialmente ao ver os ciclistas cortando o trânsito, e então me dei conta que aprenderia a pilotar um carro mas não saberia ficar em pé numa bike. Tinha que resolver isso.

    Foi um dia muito mágico aquele em que, com minha irmã no Parque Ibirapuera, depois de suar horrores, arrancar um naco de pele do dedão esquerdo (só de tensão) e ralar as canelas como nunca na vida, consegui ir de uma árvore a outra pedalando.

    Ainda era difícil ter um controle “fino” do guidão, o que fazia eu me sentir como um homicida em potencial, ainda mais quando passava ao lado de idosos. Pra não falar dos buracos no piso que me descadeiravam completamente.

    Como você, eu não tinha uma bike e vivia atrás de aluguéis e empréstimos (as pessoas em geral não tem uma noção de quão revolucionário é um bicicletário no metrô). Finalmente comprei uma. Com ela e com meus amigos, fiz meu primeiro rolê sobre rodas pela cidade, da Faria Lima à Liberdade, de lá à Consolação — um trajeto “épico”, em que eu saí quase trombando nos postes e terminei me deslizando entre a pessoas no calçadão.

    Pouco depois, minha 2a bike (a primeira tinha rodinhas, lembra?) foi roubada. Tou terminando de pagar as 4 pedras de crack em que ela se convertera agora, no mês de Agosto.

    Apesar disso, não desisti. Saía do trabalho e, com ou sem razões práticas, fazia trechos do meu caminho até a universidade de bicicleta do metrô. No começo, avaliava longamente a cara do fluxo na Paulista pra ver se dava pra “competir” com os carros. Fazia um trechinho ou outro, aos poucos ganhando as ruas e deixando as calçadas pra quem ela é de direito.

    Aos poucos, meus trajetos foram ficando maiores e maiores, e os horários, indiferentes. Há um mês atrás comprei uma nova bike e resolvi “ir ali” comprar uma coisa. No fim, percorri uns 16km entre a Pompeia e o Ipiranga. Chegar em casa foi a comemoração solitária mais bacana que já fiz em vida até agora! hah

    Fui a minha primeira Bicicletada no mês passado e vi como tantos trajetos que parecem cansativos demais, dado o relevo, acabam ficando suaves quando você não está… com medo de morrer. Acredito que minha próxima meta é ganhar coragem e ocupar a faixa quando estiver sozinho com mais frequência, a despeito da hostilidade de muitos dos motoristas (mas não de todos).

    Você, como eu, já deve ter passado por algumas situações em que, em casa, na sua cama, olhando para o teto, a gente se aterroriza de pensar como passamos perto da morte. Fatos banais, fruto da falta de respeito e consideração pelo ser humano ao lado — que pode ser ciclista, mas pode não ser também.

    A despeito disso, eu continuo como você. Acho que os ares estão mudando e, o mais interessante, que somos parte ativa dessa mudança. Somos as plantinhas desse oxigênio!

    Não me considero um heavy user, não sou esportista, sou apenas um cidadão que preza por sua liberdade. Também não me arrependo de ter tirado minha CNH, nem pretendo “enterrá-la” no fundo de uma gaveta.

    No entanto, pra mim, o automóvel já perdeu tantos significados — mesmo antes de os ter — que vejo a bicicleta muito mais presente no meu cotidiano agora e no futuro do que um carro pode estar. Ter aprendido a andar de bicicleta junto a dirigir irremediavelmente ofuscou essa última experiência.

    Faz pouco mais de 4 meses que aprendi a andar de bicicleta. Em 4 meses, aprendi sobre minha cidade e suas paisagens de uma forma em que dificilmente se encontra num livro ou numa revista. A começar pelo vento no rosto.

    Um abraço!

    • Marinalva Santos 27/09/2015 às 4:07 PM #

      Pôxa Flavio Souza! E eu aqui achando que essas coisas só aconteciam comigo!

  8. thaís 27/07/2011 às 9:35 PM #

    um sorriso pra ti flávio!

  9. thaís 27/07/2011 às 9:36 PM #

    e outro pra ti esther!

  10. Elisangela Vieira Salati 30/08/2011 às 4:45 PM #

    Linda história Esther!!
    Tenho 32 anos e no último final de semana venci o meu maior medo;andar de bicicleta,tinha verdadeiro pavor,rssss.Com o incentivo das minhas duas filhas de 4 e 8 anos consegui realizar o meu sonho.Foi maravilhosooooo,tudo de bom e sem levar nenhum tombo rssss.Força meninas,nós podemos ser livres em duas rodas,não importa a idade.Beijossss.

  11. Maria 21/01/2012 às 6:13 PM #

    Eu tenho 12 anos e ainda não sei andar de bicicleta e isso me dói muito pois sei que sou capaz mas não tenho equilíbrio quase todos os dias eu choro porque todas as minhas amigas e meus amigos sabem andar bicicleta eu não sei o que eu faço, por favor me ajudem ou pelo menos me falam algumas dicas para eu encontrar meu equilíbrio

  12. Meire 23/01/2012 às 10:30 AM #

    Não imaginava que tantas pessoas não soubessem pedalar como eu, eu já tentei, mas só fico esperando o tombo, travo e não saio do lugar, quero muito aprender, mas tenho até vergonha de ficar tentando sozinha em algum parque….

  13. danielecs 19/02/2013 às 9:21 PM #

    Que coisa linda! Eu tenho 26 e ainda não sei, estou tentando sozinha, mas nunca me equilibro, já tentei três vezes e evolui bem pouco, mas vou tentar mais vezes, talvez um dia eu consiga. Na voltinha mais rápida que consegui dar, senti uma coisa tão gostosa, a sensação é muito boa mesmo. Tenho que insistir, todos me falam que é uma besteira, que se não aprendi até hoje é melhor desistir, mas eu sonho com isso e agora que perdi a vergonha, nada vai me deter,rs.

  14. Sandra V. Costa 12/06/2013 às 11:22 AM #

    Esther, eu me desmanchei em lágrimas com teu depoimento. Primeiro por sua coragem! E também porque pensei sobre mim mesma…Você ainda nao sabia pedalar…E eu? Que sei pedalar (aprendi aos 16, estou com 35), moro num país (Alemanha) onde o ciclista é super respeitado, tem ciclovia para tudo quanto é lugar, tenho uma bike novinha em folha e – pasmem -AINDA MORRO DE MEDO!!! Mas, quero me inspirar na tua história para vencer esse medo e sentir a mesma sensacao a qual você descreveu nessa frase e eu achei linda:”Todos os medos da infância sumiam a cada quarteirao que pedalava”. ADOREI! Beijo grande e parabéns pela tua conquista! Sandra

  15. juarez 26/06/2014 às 8:55 PM #

    Quero aprender a andar de bicicleta parece que e uma sensaçao muito boa.Quem puder me ajudar me liga por favor no celular 21968075285 muito obrigado.

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